Ciência e tradição: pesquisa no Tocantins desenvolve creme com óleo de buriti para pele de idosos e diabéticos

  • 22/06/2025
(Foto: Reprodução)
A estudante de enfermagem Giovanna Evelin Conceição Lima desenvolveu o produto com orientação da professora Lunalva Sallet. Pesquisas mostraram os benefícios para o público-alvo. Giovanna Evelin entre as prefessoras Lunalva Sallet (à esq.) e Márcia Guelma (à dir.) Lunalva Sallet/Arquivo Pessoal A pele de idosos ou de pessoas que possuem diabetes precisa de atenção especial pela sensibilidade e necessidade de hidratação constante. Pensando nesse público, a estudante de enfermagem Giovanna Evelin Conceição Lima, do câmpus de Augustinópolis, no Bico do Papagaio, desenvolveu, com ajuda de professoras, um creme hidratante à base de óleo de buriti, fruto típico do estado e que possui diversas propriedades que levam benefícios à saúde. 📱 Clique aqui e siga o perfil do g1 Tocantins no Instagram. Há cerca de um ano, Giovanna, que está no 5º período do curso, queria fazer um projeto de pesquisa e procurou a professora doutora Lunalva Sallet. Por ser um óleo já usado pela família da estudante, ela conhecia os benefícios. Junto com a professora, as duas tiveram a ideia de criar um hidratante para a pele usando o óleo de buriti. "A gente teve essa ideia juntas, de criar esse creme para oferecer uma solução eficaz, mas ao mesmo tempo acessível de um recurso natural da nossa região para o cuidado da pele através desse creme. Foi a partir disso também que a gente limitou o nosso público-alvo, que são pessoas idosas e pessoas com diabetes e que têm a pele mais sensível. Então a escolha do óleo também foi motivada por isso, por esse uso na região, e pelas propriedades que o óleo tem", contou Giovanna. Todo o trabalho foi elaborado em parceria com a professora farmacêutica Márcia Guelma, da Unidade de Ensino Superior do Sul do Maranhão (Unisulma), de Imperatriz (MA). As etapas estão sendo elaborado por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti). Giovanna explicou após a definição de produzir o creme com o óleo de buriti, que, segundo ela, é a 'estrela do projeto', ela e as professoras deram início à etapa de pesquisas bibliográficas, em meados de maio de 2024. "Para levantar informações sobre os benefícios do uso do óleo para o cuidado com a pele e assim poder, nesse processo, escrever o nosso projeto para submeter ao Pibiti. No caso, foi submetido em agosto e em setembro o projeto foi aprovado pelo Pibiti. E em outubro, a gente já começou a colocar em prática", contou a estudante. A estudante comentou que para conseguir o óleo, foi preciso adquirir no comércio local, já que ele é muito usado na região do Bico do Papagaio. Mas houve a opção de comprar o óleo comercial. "A gente adquiriu óleo através de comerciantes da minha cidade mesmo, de Praia Norte, e a gente também adquiriu um óleo comercial, comprado de uma empresa pela internet mesmo, para fazer esse comparativo do óleo comercial com o óleo feito de forma artesanal por comerciantes locais da nossa região", explicou Giovanna. Nas pesquisas, segundo a professora doutora Lunalva, o grupo identificou componentes no material que mostraram o poder de regeneração da pele principalmente no creme artesanal. "Foi realizada uma análise fitoquímica e físico-química, onde o óleo artesanal apresentou maior teor de carotenoides e outros fitocomplexos que são benéficos para regeneração tecidual", disse Lunalva. "Ele é rico em vários componentes nutritivos para a pele como os carotenóides, beta-carotenos, ácidos graxos, a pró-vitamina A, a vitamina E, que são essenciais na regeneração do celular, tem uma ação antioxidante para a pele, produzem uma hidratação profunda", completou Giovanna, sobre os benefícios do óleo conforme analisado na pesquisa. As professoras Lunalva e Márcia, então, optaram pela formulação de dois cremes. Eles possuem a mesma formulação e, conforme também citou a estudante, um tem a base de óleo comercial e outro, a base de óleo artesanal. LEIA TAMBÉM Filhote de veado é resgatado após ser encontrado com ferimentos nas patas e boca Corpus Christi: fiéis de Palmas reforçam devoção na confecção do tradicional tapete com símbolos católicos Creme hidratante produzido à base de óleo de buriti em pesquisa da Unitins Lunalva Sallet/Arquivo Pessoal Desafios e objetivos Para elaborar o creme hidratante, a estudante e as professoras enfrentaram alguns desafios como a aquisição de insumos necessidade de reformulação. O objetivo, segundo a futura enfermeira, era maximizar o poder de hidratação do creme. "Foram a aquisição dos ingredientes e ativos pela distância geográfica o que impossibilita a chegada em um curto espaço de tempo, além de agregar mais custos devido ao transporte a longas distâncias", completou a professora Lunalva. Mas após superadas as primeiras etapas, atualmente o projeto está em fase de ajustes finais. Ainda não foi testado em pessoas do público-alvo, ou seja, idosos ou diabéticos porque, segundo Lunalva, ele precisa passar por testes quanto à cor, odor, textura e espalhabilidade. Ainda pode demorar um pouco para se pensar em algo comercial, mas a estudante e as professoras já estão buscando a patente do projeto. "O fitocosmético à base de óleo de buriti passará pelo processo de registro de patente para garantir a proteção intelectual da formulação desenvolvida, assegurando sua originalidade e potencial inovador. Após patentear e finalizar as análises sensoriais, entrará a fase 2 dos testes para posteriormente pensarmos na comercialização", explicou Lunalva. Apesar disso, Giovanna comemora os resultados do trabalho, que segundo ela, une ciência e a tradição da região. Também contou como está sendo gratificante participar da pesquisa junto com as professoras. "O óleo de buriti é um óleo que sempre foi usado pelas pessoas através de saberes tradicionais para cuidados com a pele, ressecatrização de feridas. Pelo menos aqui na minha casa a gente sempre usou, não como uma forma científica, mas através de saberes tradicionais passados por gerações. E saber que esse projeto pode melhorar a qualidade de vida do nosso público-alvo, dos idosos, dos diabéticos, me enche de alegria", pontou a estudante. Além da importância para a população, Lunalva pontuou que o projeto também representa uma importante vivência para os estudantes do curso de enfermagem. "O buriti é um símbolo do Cerrado, e transformar esse recurso em uma solução para problemas reais reforça o papel da enfermagem e da pesquisa em promover saúde inclusiva. Além disso, valorizar a produção artesanal fortalece comunidades locais, integrando ciência e desenvolvimento sustentável. A participação de acadêmicos em projetos de iniciação científica voltados ao desenvolvimento de produtos como cremes hidratantes para pele idosa e diabética representa uma oportunidade ímpar de amadurecimento profissional e intelectual", ressaltou. 📱 Participe do canal do g1 TO no WhatsApp e receba as notícias no celular. Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.

FONTE: https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2025/06/22/ciencia-e-tradicao-pesquisa-no-tocantins-desenvolve-creme-com-oleo-de-buriti-para-tratar-pele-de-idosos-e-diabeticos.ghtml


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